Coxinha de costela feita com massa de macaxeira, carne de sol acebolada na manteiga de garrafa e panacotta com geleia de frutas vermelhas tropicais… Esses são alguns dos pratos que saem da cozinha que funciona no nº256 da Rua Professor Otávio de Freitas, no bairro da Encruzilhada – zona norte do Recife.
Funcionando numa ampla e singela casa com jardim, o único indício de que dali saem bons acepipes é a pequena lousa que serve como placa e onde estão escritos a giz Reteteu Comida Honesta – aberto para almoço de terça a domingo.
Com cardápio bastante enxuto, ingredientes simples e o uso de insumos locais, o jovem restaurante – aberto em outubro de 2015 – tem como foco a cozinha brasileira, em especial a nordestina. Ainda segundo o chef Thiago das Chagas – que comanda as panelas – a cozinha do Reteteu retrata pratos do imaginário que ajudou a construir o repertório e o sabor do pernambucano, seja ele um prato africano, português ou mesmo de raiz. “A maioria dos nossos pratos são para compartilhar, coisa que vem se perdendo e que talvez ajude na construção de uma identidade e estética genuinamente brasileira à mesa”, diz Thiago.
Na casa onde tudo é feito artesanalmente – dos pães aos sorvetes; das batidas ao licor – a obsessão do engajado chef, além da honestidade, obviamente, é defender os costumes e os sabores locais nordestinos. É fazer parcerias com os produtores, com os fornecedores e até de gentes de outras artes. É ofertar porções generosas de uma comida inventiva a preços justos.
Reteteu – que na acepção da palavra pode ser algo como “mistura de comidas” – tem como uma das entradas o pastel de caranguejo (mini pastéis com carne de caranguejo, ovo cozido e pickles de pepino). Acompanhado com molho de pimenta cambuci, vem num porção com oito unidades.
Um bom acerto. Encorpada como sangue e refrescante com a brisa do mar, a batida de pitanga me conquistou e foi um alívio para o forte calor recifense. Ó-T-I-M-A.
Usando técnicas moderninhas de cocção, como por exemplo, o sous-vide, o cook-chill e o pacojet, o chef consegue extrair o máximo de sabor dos ingredientes que vem no cupim cozido a baixa temperatura com molho escuro que leva mel de engenho e tem como acompanhamentos macaxeira frita, farofa na manteiga e vinagrete. Aqui a técnica – a serviço do produto – resulta numa carne macia e com um sabor, digamos, mais potencializado.
Com um serviço simpático e muito cortês, outro destaque da casa é seu camarão de coco imerso num belo e bom creme de abóbora. Numa porção generosa, serve bem duas pessoas.
As sobremesas seguem o que é usualmente mostrado no mercado gastronômico local, no entanto, com pequenos toques autorais (aqui e acolá) do chef. Uma ótima pedida é o bolo de chocolate denso e tépido com areia de cacau e sorvete de doce de leite feito na casa. P.E.Ç.A.!
O sorvete feito na casa é uma opção saudável, já que não leva estabilizantes, emulsionantes e conservantes no seu preparo. Mudando a cada dia, veio aqui no sabor rapadura.
Tipo de cozinha. Cozinha criativa, brasileira, com foco na culinária nordestina.
Ideal para. Almoço em que se queira degustar uma boa comida regional a preços bastante módicos, com porções generosas e compartilháveis.
Bebidas. Há cervejas, cocktails, batidas de frutas, vinhos e sucos.
Café. Apenas cápsula Delta por R$4,00.
Delivery. Há um serviço de venda de pratos congelados prontos que você pode levar para casa.
Quanto custa. No site tem o cardápio completo com todos os preços.
Nota. O Reteteu é um dos raros restaurantes de Pernambuco que possui site com o menu e os respectivos preços, prática que deveria ser seguida pelos demais estabelecimentos.
Comente pelo Facebook